Como usar a organização pessoal para desacelerar?

Já sei o que você está pensando. Que mal voltou das férias [ou de um simples descanso] e está tentando entrar no ritmo novamente quando chego eu falando em desacelerar. Como assim? É exatamente isso que proponho a você neste ano novo: DE-SA-CE-LE-RE. E não estou falando de pedir demissão do emprego ou de viver sozinho no topo de uma montanha. Nada disso. É de simplesmente [ou talvez não tão simples assim] diminuir o ritmo interno e a correria dos pensamentos, fazer as coisas com menos pressa [e mais qualidade, acreditem!], focar mais no que está fazendo agora. Ter mais tempo para você, enfim.

Sei  que  pode soar estranho  pensar  na possibilidade de fazer  tudo  [mesmo!]  em ritmo menos acelerado. Por outro lado, acredito que tudo possa ser feito em sua devida velocidade. Ou no seu tempo giusto, como diriam os italianos. Ou seja, quando faz sentido acelerar, aceleramos. Quando não faz, desaceleramos e fazemos na velocidade adequada. E não a passos de tartatuga, como muitos pensam. Afinal, porque acelerar quando estamos lendo um livro para o filho antes de dormir? Ou, o contrário, prolongar aquela reunião de trabalho chata no fim do expediente?

Mesmo com minhas ferramentas de organização pessoal funcionando bem, até 2014 ainda tinha dúvidas sobre essa coisa toda da desaceleração. Até que comecei a praticar e vi que, de fato, faz todo sentido. Sempre fui adepta, por exemplo, do slow travel, pois sempre acreditei que uma viagem não é uma corrida, e sim uma jornada deliciosa para se curtir com os queridos. Mas reservava meus momentos devagar para as férias ou para minhas horas na cozinha de casa. E eu precisava de mais!

Adotar a filosofia Devagar de segunda a sexta foi novidade para mim. E foi sensacional! Saiba  você que é possível,  sim.  Muita gente por aí aderiu  ao movimento  [proposto no best-seller homônimo do jornalista Carl Honoré] e continua seguindo  a vida muito  bem,  obrigada. Continua fazendo os negócios progredirem e seguem trabalhando, amando, vivendo, cuidando dos filhos.

Pois o fato é que  corremos  demais – e em alta velocidade.  Nossa  vida virou  uma sucessão  de compromissos. Há dias em que  sequer  temos  tempo  de comer,  quiçá  de pensar. Chegamos a achar chique ter a agenda lotada de tarefas, de festas nos finais de semana e de alardear que não temos tempo para nós mesmos. Conheço gente que não tira férias há 5 anos e já se habituou ao fato. Nem planeja mais. Conheço outras que nunca curtiram a varanda gourmet do próprio apartamento.

Sei que as 24 horas do dia por vezes parecem pouco  para tudo o que queremos fazer.  E também já me senti esgotada  por conta  de  tantas tarefas a cumprir. Há semanas mais pesadas que outras, inclusive para mim. Mas não é para ser assim todos os dias ou todas as semanas. O corpo e a mente precisam de momentos de desaceleração. Hoje tenho mais certeza do que nunca. Estou certa de que dá para viver melhor e com mais equilíbrio neste mundo da velocidade em que moramos. Porque, como afirma Carl Honorè: “Ser devagar significa controlar os ritmos da nossa vida. É você quem decide em que velocidade deve andar em determinado contexto”. Portanto, para mudar, Você é quem precisa decidir.

Se você sentiu água na boca para desacelerar, mesmo que só um pouquinho, vou te dar duas dicas para começar o processo. Você vai precisar de organização pessoal e disciplina, mas vale a pena!

1) Faça uma coisa de cada vez. Tenha mais foco nas tarefas e compromissos. Diversas pesquisas mostram que nosso cérebro não consegue focar em duas tarefas ao mesmo tempo, nos fazendo investir mais horas para desenvolver a mesma atividade. Sei que é cultural tentar fazer várias coisas ao mesmo tempo. Mas é pouco produtivo. Esforce-se para ser menos multitarefa e você conseguirá desenvolver as tarefas com mais qualidade e economia de tempo. No começao é estranho, pois nosso cérebro “fica mandando” o corpo fazer duas e até três coisas juntas. É diferente pensar assim, mas tente. Juro que funciona!

2) Desconecte-se um pouco. Sim, exatamente isso. Defina horários para se desconectar do celular, das redes sociais, do email. Os consultórios contam inúmeros pacientes com problemas de ansiedade causados pelo excesso de conexão (24 por dia, 7 dias por semana, às vezes). Os jornais estão cheios de histórias de pessoas atropeladas por andar na rua digitando. E nós sabemos que precisamos nos desconectar, ainda que estas histórias tristes não existissem, certo? Reduza seus momentos de conexão. É super possível.

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