Smartphones são os principais vilões da produtividade, aponta pesquisa

Alguns vão dizer que nem precisávamos de pesquisa para mostrar o quanto nos distraímos, perdemos o foco e o tempo com o excesso de uso de tablets, smartphones e gadgets em geral, mas olhem os números interessantes de recente pesquisa empreendida pelo site CareerBuilder.

O levantamento, feito com nada menos que 3 mil profissionais e cerca de 2 mil executivos de recursos humanos, mostrou que 75% das pessoas perdem ao menos duas diárias do expediente com distrações. Ou seja, se você passa 10 horas na empresa, apenas 8 são produtivas.

Os smartphones foram considerados os principais vilões, pois 82% deixam o aparelho sob seu campo de visão enquanto trabalham e 66% o acessam várias vezes ao dia durante o expediente. Os principais usos não-profissionais dos celulares vão de aplicativos de mensagens (65%) a jogos (24%). Outros ladrões da produtividade citados na pesquisa são fofocas, excesso de acesso a internet e redes sociais, ambiente barulhento e interrupções dos colegas de trabalho.

E quais são principais causas da baixa produtividade? Menor comprometimento com a qualidade do trabalho, impacto negativo na relação  patrão/empregado, prazos não cumpridos e queda na qualidade do relacionamento com os clientes.

Os resultados da pesquisa me fizeram pensar sobre alguns pontos que podem nos ajudar a pensar sobre o impacto disso tudo em nossa vida pessoal. Vamos lá:

1)    Se somos menos produtivos no trabalho e, portanto, precisamos de mais horas para dar conta de tudo, consequentemente teremos menos horas disponíveis para nossa vida pessoal, nossos filhos e relacionamentos, certo? Por que, então, vendemos tão barato nosso tempo, em vez de investi-lo em nós mesmas e nos relacionamentos que julgamos importantes?

2)    O impacto destas 2 horas diárias perdidas é ainda maior para o univerno feminino, visto que grande parte das profissionais gerenciam não somente o tempo no trabalho. Elas precisam investir tempo nos cuidados com os filhos e a casa –  ainda que seja apenas para administrar as tarefas dos funcionários domésticos. Ou seja, essas duas horinhas podem minar nossas possibilidades de, por exemplo, praticar atividade física, sair com as amigas, acompanhar a lição dos filhos e/ou namorar.

3)    Considerando que as tecnologias foram criadas para facilitar nossas vidas e, inclusive, nos possibilitar trabalhar menos (lembro-me claramente de discutir conceitos como estes em minhas aulas de Teoria da Comunicação na faculdade!), como lidar de maneira realmente eficaz com estas ferramentas? Afinal, apesar de a-do-rar-mos toda essa conexão, somos extretamente prejudicados por elas, não somos? Por que, então, não lutamos contra este ímpeto de acessar a timeline do Instagram tantas vezes ao dia? E por que mesmo não desabilitamos as notificações dos aplicativos que nos tiram do foco e, consequentemente, do que é Importante? Eu sei que urgências e emergências de fato acontecem, mas estou certa de que a minoria de nossas mensagens trocadas diariamente entram nesta categoria. E ainda assim, elas seguem nos vencendo…

Enfim… precisamos de fato aprender a lidar melhor com esta parafernália toda e, especialmente, ensinar nossas crianças e adolescentes a administrar o tempo investido nelas.

Como afirma Rosemary Haefner, diretora de recursos humanos da CareerBuilder, a conectividade não é verdadeiramente ruim, mas precisa ser melhor gerenciada. “É necessário ter um diálogo aberto sobre as distrações causadas pela tecnologia. Precisamos reconhecer sua existência e discutir desafios e soluções para manter a produtividade alta.”

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